quarta-feira, 26 de junho de 2013

Ressuscitando...

Depois de um bom tempo sem atividade e finalmente de volta ao ensino de biologia, vou colocar o blog em dia com os conteúdos ministrados e recuperar o tempo perdido!

Até o o 1 novo post do fim de semana


domingo, 22 de maio de 2011

Origem do vírus - Principais doenças

Boa tarde galerinha! Vou postar aqui algums curiosidades sobre os vírus e as principais doenças que não foram trabalhadas na aula. Qualquer dúvida, é só virem na monitoria, que inclusive será amanhã (23/05), 16:30h. Abraços, Ana Cristina.

De onde vieram os virus?

A hipótese mais aceita sobre a origem dos virus é a de que eles derivam de trechos de ácidos nucléicos que “escaparam” de organismos celulares, surgindo a partir de células de bactérias, protistas, fungos, plantas e animais. A múltipla origem dos virus pode explicar sua alta especificidade: eles infectam apenas organismos intimamente relacionados a sua origem. Essa hipótese é sustentada pela grande similaridade existente entre o material genético dos virus e o das células que eles infectam – similaridade maior que a verificada entre os diferentes tipos de virus.


Varíola

Doença caracterizada por feridas grandes e numerosas na pele e que deixam cicatrizes. A transmissão é feita pela saliva e pelo uso de objetos contaminados. A principal medida profilática é a vacinação. Causou numerosas mortes e deixou seqüelas em muitas pessoas em todo o mundo na década de 50.

Herpes simples

Tanto na oral quanto na genital há o aparecimento de pequenas bolhas na pele que ulceram formando feridas. Depois da recuperação, a pele cicatriza-se sem deixar sinais. No caso da herpes oral, as feridas surgem ao redor da boca. É causada pelo HHV-1.

A transmissão é feita por via oral, respiratória ou pelo contato com as feridas na fase da manifestação da doença. Esse virus fica latente no gânglio nervoso do nervo trigêmeo, e se torna ativo com a exposição em demasia ao sol, em momentos de estresse ou na época da menstruação. O virus que causa a herpes genital fica latente no gânglio do nervo sacral. É causada pelo HHV-2. A transmissão é feita pelo contato sexual na fase da manifestação da doença. Ambas são tratadas por meio de medicamentos.

Catapora e herpes zoster

Causadas pelo HHV-3. A catapora caracteriza-se por inúmeras feridas na pele, que após 3 ou 4 dias desaparecem, sem deixar sinais. A infecção ocorre por via respiratória (saliva) ou por contanto com objetos contaminados pelas lesões, e assim que entra no corpo, o virus fica encubado por duas semanas. Apesar de a pessoa ficar imune ao virus quando contrai a catapora, o virus não é destruído. Ele pode se reativado por estresse ou queda na imunidade, causando herpes zoster. Nesse caso, provoca feridas na pele que causam muita dor. A melhor prevenção é a vacinação.

Mononucleose

É caracterizada por febre, dor de garganta, aumento dos gânglios linfáticos do pescoço e fraqueza. O contagio ocorre pela saliva. A prevenção deve ser feita por medidas higiênicas.

Verrugas, condiloma acuminado e câncer genital

As verrugas são papilas que crescem na pele, transmitidas de pessoa a pessoa pelo contato com elas. O condiloma acuminado é transmitido sexualmente e se caracteriza por inúmeras verrugas na região genital e anal. Uma das conseqüências é o desenvolvimento de câncer de colo de útero em mulheres.

Rubéola

É caracterizada por inúmeras manchas pequenas e vermelhas na pele. A pessoa tem febre baixa e inchaço dos gânglios linfáticos. A transmissão é por via respiratória (saliva) ou contato direto com pessoas contaminadas e a incubação demora cerca de 2 a 3 semanas. A vacinação é a principal prevenção. Pode acarretar a morte do feto ou complicações como surdez e catarata no bebe.

Gripe

Transmitida por via respiratória (saliva). Caracteriza-se por febre, dores de cabeça e musculares, coriza e tosse. São virus altamente mutagêncios, e por isso não se consegue produzir uma vacina que dê imunidade permanente. Vacinação como prevenção.

Resfriado

Transmitida via respiratória (saliva). Os sintomas são coriza, febre, fraqueza, inflamações na garganta e na orelha, mas em menor intensidade que os da gripe. Não há vacina. Virus não podem ser tratados com antibióticos, só bactérias.

Poliomelite

A forma primaria de transmissão é pela ingestão de água ou alimentos contaminados ou por gotículas de saliva. Os virus são eliminados pelas fezes dos doentes. Portanto, a falta de saneamento básico e condições de higiene são grandes responsáveis pela propagação. Uma vez ingerido pela boca, o virus afeta a garganta e o intestino delgado, e depois os linfonodos e o sangue. É comum a infecção não passar desse estagio. Se a infecção persistir, os virus passam da corrente sanguínea para o sistema nervoso central e atingem os neurônios motores, com os quais têm muita afinidade. Dentro dessas células eles se multiplicam e as células morrem, o que resulta na paralisia. A prevenção é feita por meio da vacinação (Sabin, virus atenuado, ou Salk, virus inativo).

Hepatite A e E

É causada pela inflamação no fígado. A hepatite A é a mais comum. A transmissão ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados pelo virus, presente nas fezes do doente. Moscas e baratas podem contaminar a parte externa de seu corpo com fezes de pessoas hepáticas e transportar esses virus para alimentos com os quais entrem em contato. Existe vacina e as medidas preventivas mais comunas são saneamento básico, usar somente água potável, lavar as mãos antes das refeições e após usar o banheiro e desinfetar sanitários.

Hepatite B, C e D

Transmitidas por meio de relações sexuais, tatuagens, transfusões de sangue e seringas contaminadas. As B e D podem ser fulminantes. As medidas preventivas são: usar camisinha nas relações sexuais, vacinação (contra hepatite B), usar seringas descartáveis, atentar para a qualidade do sangue usado em transfusões.

Sarampo (desenvolvimento similar ao da catapora)

Transmitida via respiratória (saliva). Depois de um período de incubação de 10 a 12 dias, os sintomas começam a aparecer, inicialmente como um resfriado, depois como manchas vermelhas que se espalham pelo corpo e manchas brancas na face interna das bochechas. A prevenção é feita pela vacinação.

Caxumba

Caracteriza-se pela inflamação das glândulas salivares, principalmente as parótidas, acompanhados de dor e febre. É transmitida pela saliva e por secreções do sistema respiratório de pessoas contaminadas, alem do uso comum de copos, garfos ou outros objetos sem a devida higienizaçao. A prevenção é a vacina.

Raiva

É transmitida pela mordida de animais infectados. O virus fica na saliva do animal contaminado e, quando uma pessoa é mordida por ele, os virus entram no corpo, multiplicando-se no tecido da região da mordida. Depois, eles chegam ao encéfalo via medula espinhal, o que leva o indivíduo à morte. A pessoa passa a alternar períodos de agitação intensa e calma e há espamos nos músculos da deglutição, tendo dificuldade de engolir e hidrofobia. O animal que está com a doença apresenta-se inicialmente calmo, mas depois se torna muito agitado e tende a atacar com facilidade. Esses animais também manifestam hidrofobia e não conseguem mais engolir. Muita saliva fica acumulada na boca, caracterizando a baba constante. O sistema nervoso central fica cada vez mais prejudicado, e em poucos dias ele morre. A vacinação de cães e gato é fundamental. Pessoas mordidas devem ser submetidas imediatamente a uma serie de injeções de vacina anti-rábica. Nesse caso, a vacinação é eficiente mesmo após a mordida. Isso só é possível porque o período de incubação do virus no local da mordida antes de passar para o sistema nervoso é grande o suficiente para que a vacina estimule o sistema imune.

Hantaviroses (síndrome pulmonar por hantavírus)

Modo de transmissão: inalação de aerossóis formados a partir de secreção e excreções de roedores; mordedura de roedores (ratos).

Características da infecção: a doença se caracteriza por febre, dores musculares, vômitos, insuficiência respiratória.

Medidas profiláticas (prevenção): saneamento básico, controle da população de roedores (ratos), medidas básicas de higiene.

Existe cura para a AIDS?

A vacina anti-HIV poderá tornar-se uma arma contra o avanço dessa epidemia. Atualmente já existem protótipos de vacinas em fase de testes clínicos. Porem, um fator importante que tem ameaçado o sucesso das vacinas é a grande taxa de mutação que o virus apresenta.

Existem medicamentos que inibem a ação da transcriptase reversa, impedindo a síntese do DNA viral. Entretanto, o virus logo passa a apresentar resistência a eles, em função de mutações que ocorrem na seqüência do gene que codifica a enzima transcriptase reversa. Assim, a vantagem terapêutica é rapidamente perdida com o aparecimento de formas resistentes que aumentam em numero em relação às formas sensíveis.

Outros medicamentos atuam contra a enzima protease, fundamental no processo de maturação das proteínas virais. Indevidamente maturadas, essas proteínas participam da formação de virus “defeituosos”, que não conseguem infectar novas células. Porem, também há relatos de mutações responsáveis pelo surgimento de formas de HIV resistentes a essas drogas.

Assim, na tentativa de impedir o aparecimento de formas de HIV resistentes, o tratamento clinico atual utiliza a associação de antivirais, que constituem o coquetel de drogas indicado no tratamento de pessoas infectadas.

sábado, 21 de maio de 2011

Classificação dos Seres Vivos (parte 3)

Vimos de modo simplificado como se deu a divisão e organização dos seres vivos até hoje. Bom, como ciência não é feita de unanimidades, mas sim de diversas teorias e hipóteses conflitantes que podem ou não firmar-se ao longo a história, segue uma curiosidade: qual seria o sistema alternativo aos 5 Reinos de Whitthaker que usamos? 

Fragmento retirado da  adaptação da Profa. Dra. Sônia  Lopes com base em trechos do livro  Cinco Reinos, um guia ilustrado dos filos da vida na Terra, de Lynn Margulis & Karlene V. Schwartz, 2001, Guanabara Koogan


É o sistema de três domínios dos microbiólogos liderados por Carl Woese da Universidade
de Illinois. Usando critérios moleculares,  especialmente sequências nucleotídicas de
RNA ribossômico, esses microbiólogos advogam por três grandes grupos: dois
domínios (Archaea e Bacteria) consistindo  em células procarióticas, e um domínio
(Eukarya) contendo todos os outros organismos.
Os fungos, as plantas e os animais são três dos reinos do domínio Eukarya, da mesma forma como eles estão no nosso esquema de cinco reinos. Contudo, dentro de cada um dos três domínios há numerosos reinos adicionais — muitos correspondentes aos filos no esquema de cinco reinos.
Embora sejamos profundamente devedores a Carl Woese e outros por suas contribuições à reorganização dos seres vivos rejeitamos o esquema de três domínios bacteriocêntricos em bases biológicas e pedagógicas.
Biologicamente, essa trifurcação falha em reconhecer a simbiogênese da célula (fusão de bactérias anteriores) como a principal fonte de inovação na evolução dos eucariontes. Ainda mais, os seus três domínios e múltiplos reinos são estabelecidos somente pelo critério das  comparações de sequências moleculares,
enquanto cada reino no nosso esquema de cinco reinos só pode ser definido usando todas as características do organismo — moleculares, morfológicas e de desenvolvimento.
 Didaticamente, a existência  de  tantos  reinos  no  sistema  de  três domínios destrói o propósito de uma classificação gerenciável da diversidade fundamental de nossos colegas  de planeta, da qual a informação possa ser obtida pelos professores, naturalistas e outros não especialistas. Por essas razões, embora
tenhamos feito extensivo uso dos dados de sequência molecular na nossa classificação, rejeitamos o esquema que tem nesses dados o seu critério único.


As informações acima são realmente uma curiosidade aos meus alunos que ingressarão nas Ciência Biológicas, aos demais, que utilizarão a biologia apenas como instrumento para "passar no vestibular" e espero também que não se esqueçam que essa é aquela ciência que acompanha vocês da hora de acordar a hora de dormir, atenham-se aos postes anteriores.  Para fecharmos bem o assunto de classificação biológica, o que TODOS tem de ter em mente para o vestibular que é o nosso foco agora é :

  • por que classificar?
  • quais são os cinco reinos e que tipo de organismos abrigam;
  • quais são  e qual a hierarquia das categorias taxonômicas (Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie);
  • quais as regras de nomeclatura dos organismos vivos (sistema binomial de Linneu)
Se tiverem claros esses 4 aspectos das aulas que tivemos, absorveram o mais importante para realização da "bendita prova divisora de águas".


No próximo post trataremos do curioso Reino Monera, tentando ao final da sequência desse desmistificar a imagem da bactéria como a "bandida" da Biologia.